
Ultrapassados os momentos dramáticos das cheias no Porto, agradecendo a todos os trabalhadores que estiveram nas operações necessárias ao restabelecimento da normalidade na nossa cidade, é tempo do escrutínio, de obtermos respostas e de apoiarmos todos os que foram atingidos, moradores e comerciantes.
É fundamental perceber o que aconteceu em zonas tão distintas da cidade (Baixa do Porto, Santos Pousada, Campanhã, Fontainhas, São Vítor, etc) e o que poderia – se é que poderia – ter sido feito para o impedir.
É igualmente importante olhar para o impacto das opções urbanísticas que têm vindo a ser seguidas na cidade, como tenho vindo a alertar, levando a uma forte impermeabilização dos solos e a construções que considero profundamente erradas, como é o caso dos empreendimentos e hotéis na escarpa da Arrábida e ao longo da Avenida Gustavo Eiffel.
Por fim, é preciso perceber se as obras do Metro tiveram ou não influência no que se passou na baixa do Porto, sendo certo que muitas outras áreas da cidade ficaram inundadas sem quaisquer obras: é algo que terá de ser esclarecido com os estudos independentes pedidos ao LNEC e à FEUP.
Precisamos de ter todas as respostas com escrutínio, transparência e rigor, dando prioridade a ajudar quem tanto perdeu.
É o que farei na próxima reunião da Câmara Municipal do Porto, questionando o executivo.
Ao mesmo tempo, estive em contacto com a administração da Metro do Porto e com a Associação de Comerciantes do Porto. Mais ainda, nos próximos dias estarei nas Fontainhas e em São Vitor para ver os estragos e perceber de que forma é possível apoiar os moradores, já que muitos deles queixaram-se da falta de comparência das autoridades municipais e isso não é tolerável.